A Conferência Final LATWORK "Informalidade e precariedade: qual é o futuro do trabalho na América Latina?" será realizada de 9 a 11 de novembro.
O evento será composto por espaços para Conferências, Painéis e Mesas Temáticas. Contará com a participação de destacados pesquisadores e pesquisadores, professores da Europa e América Latina dedicados ao estudo do Trabalho e da Informalidade.
MODALIDADE: A conferência terá uma modalidade híbrida (presencial e virtual).
IDIOMA: O idioma oficial da Conferência será o espanhol e o português.
LOCAL: A Conferência Final será realizada na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, Brasil.
PARTICIPAÇÃO: Os interessados poderão participar como Participantes e/ou Oradores nos espaços de participação da Conferência.
A América Latina apresenta como característica histórica uma estrutura ocupacional muito heterógena, com insuficiência de oportunidades de trabalho, o que se expressa em elevados níveis de desemprego, persistente informalidade e ampla precariedade laboral. As mudanças nos anos recentes, especialmente com o avanço da agenda neoliberal desde meados da década de 2010 e com a pandemia em 2020/21, em um contexto de profundas transformações tecnológicas e financeiras que afetam a produção de bens e serviços, agravaram os problemas do trabalho, dificultando o acesso da população ao mercado de trabalho e à obtenção de renda.
As agendas defendidas pelas forças políticas e econômicas dominantes (reforma laboral, exaltação do empreendedorismo, inserção passiva na globalização, abertura econômica, redução do Estado etc.) não trouxeram os resultados anunciados e os problemas do mundo do trabalho se agravaram. Diante desse quadro, a seguinte questão deverá orientar a reflexão e o debate na Conferência: qual é o futuro do trabalho na América Latina?
Na Conferência, pretende-se combinar tanto discussões acadêmicas e resultados de pesquisas, quanto apresentações de experiências e proposições de políticas públicas ou de ações sociais em torno do tema. Desta maneira, espera-se que seja um espaço voltado à produção de diagnósticos, mas também de reflexões sobre novos horizontes e perspectivas (de pesquisa e de ação) para o trabalho na América Latina.
Além disso, a Conferência tem também como finalidade impulsionar a constituição da Red de Estudios Latinoamericanos sobre el Trabajo Informal y Precario (REDLATT), uma rede dedicada à produção de informação e análises, formação de pesquisadores e de atores sociais, além da publicação de estudos próprios e materiais de referência sobre o tema do trabalho informal e precário na América Latina.
A conferência prevê espaços para pesquisadores, formuladores de políticas públicas e lideranças dos movimentos sociais apresentarem trabalhos. Os trabalhos podem ser inscritos em um dos quatro GTs abaixo relacionados:
GT A – Desenvolvimento econômico, regulação, políticas públicas e informalidade
Grupo de Trabalho dedicado ao estudo da informalidade nos países latino-americanos, tendo como recorte específico de análise suas relações com a dinâmica das estruturas econômicas, os estilos de desenvolvimento, os territórios, os setores de atividade econômica e os diferentes sistemas de regulação do trabalho e das atividades econômicas. O GT tem como objetivo reunir, analisar e promover pesquisas e experiências que contribuam tanto para aprofundar a compreensão dos fenômenos da informalidade e do trabalho precário quanto para encontrar maneiras de enfrentá-los, reduzindo as mazelas sociais e econômicas a eles relacionadas.
Nesta perspectiva, serão bem-vindos trabalhos que se relacionem às temáticas mencionadas, sejam no âmbito do debate teórico a respeito, sejam análises empíricas, com abordagens qualitativas ou quantitativas, que auxiliem na compreensão do tema frente às profundas transformações que alcançam atualmente o mundo da produção e do trabalho na América Latina.
Ponencias aprobadas:
GT B – Gênero e Trabalho
O grupo Gênero e Trabalho se dedica a compreender e analisar a relação entre gênero e trabalho que permeia concepções, formas de mensuração, experiências de luta e políticas públicas voltadas para a informalidade na América Latina. Seu objetivo é contribuir para o debate sobre as transformações contemporâneas no mundo do trabalho, muitas delas aceleradas pela COVID-19, com atenção especial às configurações das fronteiras entre produção e reprodução social e seus impactos em termos de gênero e raça.
Serão bem-vindos estudos que busquem discutir as transformações no mundo do trabalho e a heterogeneidade das situações que marcam as condições de inserção da mulher no mercado de trabalho. As propostas selecionadas devem proporcionar reflexões teóricas e estudos empíricos que contemplem as diferentes abordagens a partir dos marcadores das desigualdades de gênero, classe e cor/raça nos países latino-americanos. Serão privilegiadas as seguintes linhas temáticas: trabalho produtivo e reprodutivo; trabalho formal e informal; políticas públicas; impactos da COVID-19 no trabalho das mulheres; experiências e projetos em empreendimentos solidários; mulheres migrantes; organizações informais de mulheres, trabalho de mulheres em plataformas digitais.
GT C - Novas configurações da informalidade, desigualdade social e precarização
O objetivo do grupo “Novas configurações da informalidade, desigualdade social e precarização” é analisar o universo laboral na América Latina de modo abrangente, atentos tanto ao passado de experiências do trabalho informal e da desigualdade estrutural no continente, como também às reconfigurações daquele legado que no contexto presente constituem processos de precarização, tecendo fios de continuidade e descontinuidade daquela trajetória. Tomar essa perspectiva de análise implica no desafio de aprofundar o conhecimento sobre os diversos enfoques teóricos e metodológicos (quantitativos e qualitativos) em que se tem baseado os mais relevantes estudos sobre essa temática.
Desse modo, convidamos pesquisadores e pesquisadoras a submeterem propostas que contribuam para reflexão em temas relacionados às tendências de informalização e precarização – empreendedorismo, trabalho de plataforma, digitalização, trabalho não-clássico, etc –, sobretudo se tem como “recorte” os grupos mais vulneráveis socialmente: migrantes, juventudes, pessoas com deficiência, entre outros. Serão acolhidos estudos interdisciplinares ou não sobre dinâmicas de inclusão e exclusão em nível regional, nacional ou local, tanto de propostas centradas em resultados de pesquisa de caráter empírico, como também abordagens que aportem mais uma dimensão teórico-metodológica sobre o tema.
Ponencias aprobadas:
Sessão 1 – 9/11 – 14:00
Sessão 2 – 10/11 – 9:00
Sessão 3 – 10/11 – 14:00
GT D – Economia Social, Solidária, Popular e Organização Coletiva de Trabalhadores Informais
O grupo de trabalho busca sistematizar o conhecimento científico - teórico, empírico e metodológico - sobre o social, a economia solidária, a economia popular e a organização coletiva dos trabalhadores informais a partir de uma perspectiva interdisciplinar.
Espera-se ter trabalhos, apresentações e experiências da economia social e solidária, com o intuito de estabelecer diálogos entre a teoria, a academia e as práticas desse movimento em torno de experiências e experiências de comercialização, consumo e finanças solidárias, organização cooperativa e coletivo, autogestão, feiras e mercados comunitários, moeda social, empreendedorismo popular, economia familiar e camponesa, entre outros.
Ponencias aprobadas:
Sesión 3 – 9/11 – 14:00
Informaciòn: icesit@unicamp.br